Antes de Iniciar o Tratamento
Considerando o aumento de risco cardiovascular nos pacientes sobreviventes de
câncer, é interessante a adoção de programa ativo de rastreamento e vigilância de
cardiotoxicidade nesses pacientes.
Atualmente, não existem diretrizes baseadas em evidência para a monitorização de
sobreviventes de cânceres na infância. Sabemos que a ecocardiografia, método mais
amplamente utilizado, não tem sensibilidade e especificidade para a detecção de
injúrias cardíacas precoces.
Apenas a medição de biomarcadores cardíacos, como NT-proBNP, e troponina
durante a quimioterapia ativa foram validadas com desfechos intermediários (surrogate
endpoints) para cardiotoxicidade tardia em sobreviventes de longo prazo.
Outras técnicas de imagem cardíaca têm sido exploradas nessa população. A
ressonância magnética cardíaca tem sido mais frequentemente utilizada na cardiologia
pediátrica para identificar cardiotoxicidade tardia demonstrada com anormalidades de
strain longitudinal e regional de VE, mesmo com FEVE preservada. Este método
também pode demonstrar aumento do volume extra-celular que pode corresponder a
fibrose difusa. Entretanto, o valor preditivo desses achados para desfechos tardios
ainda é incerto.
O tratamento da cardiomiopatia por antraciclina depende das anormalidades
encontradas. O objetivo primário é reduzir o remodelamento ventricular patológico
através de medicações como diuréticos, beta-bloqueadores, IECAs e BRAs.